LOGOSOFIA 3




A-51=FORMAÇÃO CONSCIENTE
DA INDIVIDUALIDADE

Para aqueles que não estão familiarizados com
a concepção logosófica, pode parecer um tanto
incompreensível a expressão que intitula este capítu-
lo. É lógico que seja assim, porquanto nem a filosofia,
nem a psicologia, nem o atual ramo da ciência
chamado psicossomático, voltaram até agora sua
atenção para nenhum dos conhecimentos fundamentais
enquadrados na realidade formativa da consciência
humana. Em conseqüência, ao carecer a investigação
científica desse saber básico, teve de manter-se à
margem de questão tão importante como a que diz
respeito à formação consciente da individualidade.
Daí nossas palavras do princípio, quando nos referi-
mos à possível atitude do leitor diante do tema a ser
tratado no presente capítulo.

A formação consciente da individualidade
responde inexoravelmente aos altos fins da
evolução do homem.Ninguém deixará de reconhecer,
como prova irrefutável, o fato de que este sempre se
ocupou exclusivamente de sua personalidade, quer
dizer, de seu ser físico, de sua figura estética, de sua edu-
cação e cultura condicionadas com refinamento ao
externo, buscando sempre a exaltação de seu conceito
pessoal ante seus semelhantes. Ambição, vaidade, pre-
sunção, luzimento, renome, superficialidade, são alguns
dos heterogêneos ingredientes constitutivos do ente
pessoal. Muitos confundem o termo “personalidade”

 A-52=com dignidade senhoril, autoridade moral, prodígio
nas letras, nas artes ou no próprio saber, sem se adver-
tirem de que a grandeza de alma jamais pode
abrigar-se na pequenez insuportável da mesquinha
personalidade humana.
A individualidade, ao contrário, é fruto da
evolução, do cultivo constante das qualidades
morais e psicológicas latentes no ser. Mas é, antes de
tudo, quando se forma conscientemente, o espírito
mesmo emergindo do interior da própria existência1
.
Essa é a razão pela qual a Logosofia conduz o homem
ao conhecimento de si mesmo mediante a formação
consciente de sua individualidade, pois não existe
outro caminho nem outra maneira de encará-lo seria-
mente para alcançar tão nobre objetivo.
Sem dúvida nos perguntarão como se forma
conscientemente a individualidade. Se a
sagacidade daqueles que nos lêem ainda não desco-
briu o procedimento, veja-se o que a seguir deixamos
estabelecido:

O processo de evolução consciente, instituído
pela Logosofia para o desenvolvimento das ener-
gias potenciais do ser, determina como imperiosa a
formação de seu ente individual, a fim de que substi-
tua vitorioso a personalidade, que é a que impede, por
sua impermeabilidade psicológica, toda tentativa de
câmbios positivos e transcendentes que tendam, por
uma parte, à sua anulação e, por outra, ao robusteci-
mento da individualidade, que é, em definitivo, o
verdadeiro ente humano e espiritual da espécie.

A-53=Não é possível levar a bom termo a formação
consciente da individualidade, se antes não se
coloca, ante a própria razão, a necessidade
impostergável de promover uma franca revisão de con-
ceitos.Desta maneira se poderá fazer um detido exame
dos mesmos e de seus fundamentos, se existirem, vendo
em que se baseiam e por que foram admitidos.

Tomemos, para tanto, uma imagem concreta, com a
finalidade de perceber melhor a diferença e considerar
a opção entre uma e outra postura. Uma pessoa, por
exemplo, vive numa casa humilde (conceito admitido),
onde aparentemente nada lhe falta e à qual se habi-
tuou, a ponto de tomar-lhe carinho. Mas chega o
momento em que lhe é oferecida a oportunidade de
trocá-la por uma casa ampla e confortável (conceito
novo), que lhe permitirá viver melhor e desfrutar, ao
mesmo tempo, um ambiente feliz e acolhedor.Tudo o
que se exige dela é adaptar-se a essa mudança e, por-
tanto, comportar-se de acordo com a nova perspectiva.

Há muitos que preferem continuar em suas anti-
gas moradias, isto é, sustentando seus velhos e
surrados conceitos, porque lhes parece que fazem parte
de suas vidas. Entretanto, quando eles mesmos vêem
seus parentes ou conhecidos – aqueles que antes com-
partilhavam a mesma opinião – mostrarem agora um
novo gênero de vida e condições internas muito acima
das que antes possuíam, começam a pensar na con-
veniência de mudarem também eles.

 Diante desses casos, a Logosofia tem sempre optado por deixar-lhes
todo o tempo que quiserem, até que resolvam por si
mesmos sobre a conduta a seguir.
A formação consciente da individualidade
começa desde o instante em que o homem


A-54=percebe que sua vida teve para ele um caráter mera-
mente externo, e resolve vivê-la dentro de si mesmo, na
medida que lhe permita cada conhecimento logosófico
que, por tal motivo, ele faz seu. É a única maneira de
chegarmos até a própria consciência e sabermos o que
há nela, ou seja, o que fomos capazes de acumular em
saber, em experiência e em valores morais.

Compreender-se-á que o que se busca é que
cada alma humana seja consciente de sua reali-
dade interna e saiba com que recursos pode contar.
Se alguém descobre que seus recursos internos são
insuficientes para enfrentar a empresa de seu aper-
feiçoamento, nada lhe resultará tão grato e auspicioso
quanto saber que a Logosofia lhe permitirá suprir essa
falta de previsão, oferecendo-lhe generosamente todos
os elementos que sua inteligência necessite para
alcançar, no momento devido, o pleno desenvolvi-
mento de aptidões superiores.

Temos de prevenir, contudo,mais uma vez, con-
tra as possíveis reações da “personalidade”, a
qual, ao pressentir sua gradual anulação, atacará com
mil objeções, tendentes a manter o império de sua
figura artificiosa, tão cuidadosamente adornada para
uso externo.

Como se pode ver, “personalidade” é o oposto
de individualidade. Portanto, a antropogênese
psicológica começa com o indivíduo que pensa, age e
se move por impulso de suas energias internas. É pre-
ciso saber que a personalidade ganhou império ao
avançarem as civilizações em seus refinamentos cultu-
rais, provocando o eclipse da individualidade, que foi
suplantada pela figuração, isto é, pelo conceito exalta-

A-55=do da própria pessoa.Desde então, não se tem podido
dar com nenhuma fórmula capaz de permitir o
ressurgimento do ser interno, do indivíduo conscien-
temente ressuscitado para a realidade de um existir
que alcance expressão máxima na esfera transcendente
de seu imponderável destino. A Logosofia é, justa-
mente, a especialidade científica e metodológica que
se ocupa da reativação consciente do indivíduo.


 A-57=PRONUNCIAMENTO LOGOSÓFICO
SOBRE AS DEFESAS MENTAIS
DO HOMEM


 Nunca, como nos tempos atuais, foi tão
necessário, útil e instrutivo o conhecimento das
defesas mentais que cada indivíduo pode instituir à
vontade, para preservar-se dos males que constante-
mente ameaçam sua integridade física, moral e
espiritual. Males que, na maioria dos casos, terminam
por submetê-lo a vontades alheias, a influências de
ambientes, sejam políticos, religiosos, ideológicos ou de
qualquer outra índole. Mais ainda, esse desconheci-
mento, que o impede de estabelecer suas próprias
defesas mentais, torna-o inseguro, temeroso e vacilante
ante cada situação das tantas que se promovem no
curso da vida.

O quadro que estamos apresentando mostra,
com clara e acentuada freqüência, que um ser
nessas condições carece de recursos mentais para
enfrentar com decisão, segurança e valentia cada ato,
problema ou situação que lhe exija soluções ou reso-
luções imediatas.Como pode desenvolver-se a vida de
um homem em semelhantes condições? Que autori-
dade possui sua opinião ou sua palavra, se ele a tem
alienada ou subordinada a outras opiniões? Acaso não
é esse o fator decisivo, a causa real de uma enorme
quantidade de seres se entregarem indefesos e ficarem
absorvidos pela “massa”, essa massa que os aglutina em
ideologias exóticas ou na dialética fascinante da dema-
gogia? Duvidar disso seria cair numa temerária
A-58=ingenuidade, ou dar as costas a um fato repetido, que
haverá de golpear duramente o destino do indiferente.

Antes de dar a conhecer o pronunciamento
logosófico sobre defesas mentais, queremos esta-
belecer, para que não haja dúvidas, as causas
determinantes dessa falta de estabilidade psicológica, ou
seja, como já dissemos, desse estado de desamparo men-
tal em que muitíssimos seres humanos se encontram.
O desamparo mental começa a ser experimenta-
do na infância, segue na juventude e continua na
fase adulta.

 Nunca houve na educação primária, no
ciclo médio nem nas universidades ensinamento algum
que instruísse o homem, desde tenra idade, sobre a
forma de resguardar sua integridade psicológica,men-
tal e moral. Não lhe foi ensinado a buscar e encontrar
os recursos imponderáveis que sua mente contém e, de
modo especial, a conhecer o uso de suas defesas men-
tais.

 Caso essa preparação tivesse sido instituída no
ensino comum, a humanidade não teria chegado à
encruzilhada lamentável e perigosa em que hoje se
encontra. Existiu sempre, não resta dúvida, uma injus-
tificável indiferença por parte dos responsáveis pela
condução docente, ou então um desconhecimento
absoluto das possibilidades humanas a respeito de suas
próprias defesas mentais.

Além do que acabamos de assinalar, há algo que
necessariamente deve ser examinado à luz de
reflexões e observações feitas com amplo critério
humanístico e racional. Estamos nos referindo ao trata-
mento que se costuma dar à infância em certos setores
da comunidade humana, especialmente os religiosos.
Com efeito, há séculos se vem inculcando nas crianças
A -59=crenças contrárias à razão, com vistas a submeter a mente
infantil a um molde, a uma espécie de marca de fábrica
impressa na alma, que dificilmente elas podem apagar
depois, ao crescerem em idade.

Uns lhes inculcam o
temor a Deus, mas fazendo-as crer, naturalmente, que
professar seu culto assegura a salvação.Outros lhes dizem
que, se elas se afastarem das tradições, ritos e práticas,
serão perseguidas eternamente e sofrerão um cruel des-
tino. Em termos mais ou menos parecidos, sempre se
pronunciaram e continuam se pronunciando outras
seitas e correntes pseudo-espiritualistas.

Coincidem no método – ainda que pareça um
paradoxo – as comunidades que obedecem ao
rigor de ideologias extremistas, porque, como as
religiões, elas transgridem a Lei Suprema, que concede
ao homem a mais ampla liberdade de pensar, de sen-
tir, de mover-se e atuar, conforme determina o
pronunciamento universal que o criou livre e sobe-
rano de sua vida.

O certo é que nunca se examinou essa questão
com a devida seriedade e consciência de sua vital
importância. De nossa parte, julgamos um dever justi-
ficar, de certo modo, esse descuido por parte de
educadores e pais de família, porquanto eles mesmos,
em número considerável, foram submetidos em sua
época a procedimentos similares.

 Portanto, como descobrir nos filhos ou alunos essa particularidade
incrustada previamente em suas próprias vidas? É lógi-
co que, para poder observar com liberdade de juízo a
anomalia que assinalamos, se deva eliminar antes a trava
que o impede, coisa bastante difícil naqueles que nem
sequer suspeitam da existência, em si mesmos, de
semelhante impedimento.


 A-60=A Logosofia, que penetra com singular profundi-
dade nas causas, até mesmo nas mais ocultas, e que,
extraindo-as das negruras do abismo, as revela à inteligên-
cia humana, declara que é precisamente na mente das
crianças onde se produz a psiqueálise
, ou seja, a paralisação de uma zona mental que altera a faculdade de
entender, que é, justamente, a que o homem deve usar
para discernir a respeito do delicadíssimo problema de sua
inibição espiritual.

Nossa longa experiência nesse gênero
de investigações já nos permitiu comprovar o seguinte:

1) Sem o auxílio dos conhecimentos logosóficos,
as mentes com psiqueálise, por efeito da pressão moral
exercida durante a infância, são incapazes de reagir e de
libertar-se dessa prostração espiritual.

2) Os que se auxiliam com o conhecimento
logosófico conseguem emancipar-se dessa escravidão
mental, após valente e empenhada luta contra o vírus
dogmático que lhes foi inoculado na infância.

3)Tal é a alegria e a felicidade daqueles que se li-
bertam da psiqueálise, que não encontram palavras para
expressá-las. Ninguém pode, com efeito, imaginar a
sensação de alívio que experimenta a criança, o jovem
ou o adulto quando recuperam a livre determinação de
suas faculdades mentais e de seus pensamentos.

Queremos deixar perfeitamente estabelecido o
humanitário propósito que nos guia: modificar
um estado de coisas que afeta profundamente a alma
humana, por ser essa a origem de muitos dos males que
ela padece. Sempre foi inculcado no homem,desde a sua
infância, uma fé abstrata, à custa da fé em si mesmo.
A Logosofia, com insuperável método, restitui ao homem
 A-61=sua fé, a verdadeira, a que surge de sua própria consciên-
cia, livre de toda pressão moral, psicológica ou espiritual.
Este simples fato adquire um valor sem precedentes na
história da psicologia humana.

A Logosofia restitui essa fé através de uma realização
na qual se baseia a confiança em si mesmo, ou seja,
leva o homem ao domínio consciente de suas possibili-
dades, de seus recursos internos e de seus pensamentos, à
organização de seus sistemas mental, sensível e instintivo,
etc.

 Instituiu, para isso, como única forma de alcançar tão
imponderável desiderato, o processo de evolução cons-
ciente, concretizado num cultivo racional, amadurecido e
sistemático de condições que definem a vida superior.
Vamos destacar, como um de seus resultados, o
que distinguimos muito especialmente com o
nome de “defesas mentais”.

Vimos, através do exposto, que o indivíduo carece
de defesas mentais porque não tem uma noção
exata de sua capacidade defensiva (estamos nos referindo
sempre à mental). Carece de tais defesas porque ignora
como criá-las e como servir-se delas com eficácia.
Assinalamos, também, como uma das causas
principalíssimas que atentam contra as defesas
mentais dos seres humanos, as crenças – qualquer que
seja sua origem e natureza –, porque invalidam as fa-
culdades de raciocinar, de pensar e de entender.

Quando essas faculdades atuam sem travas, suas funções
mobilizam a vontade e permitem ao homem julgar e
resolver por conta própria.
O erro de muitos é crer que sabem defender-se
 A-62=de agentes externos à sua pessoa, de ameaças, intrigas,
tentações e tantas outras tramas intencionais a que se
vêem expostos pela malícia alheia.A Logosofia ensina o
indivíduo a organizar suas defesas mentais, e o faz prin-
cipiando por estabelecê-las no mundo interno de cada
um.É necessário conhecer, antes de tudo,uma realidade
que haverá de servir para modificar substancialmente
toda apreciação que antes se tenha feito a respeito.

Estamos nos referindo aos pensamentos, deficiências,
etc. Quem permaneça alheio a essa realidade, não se
vinculando a ela por meio do conhecimento logosófi-
co, deixará de aproveitar a oportunidade de criar suas
defesas mentais a curto prazo e, portanto, continuará
exposto às contingências da adversidade, dessa adversi-
dade que sua própria ignorância continuamente atrai.

Não negamos que existam pessoas capazes de criar essas
defesas sem a assistência da Logosofia, porém à custa de
quantas experiências, às vezes dolorosas, e quando sua
vida já entrou quase que em declínio. O que interessa,
o que deve interessar firmemente, é que não sejam
poucos, e sim muitos, os que se beneficiem com estes
conhecimentos.

Quando o homem aprende a conhecer seus
próprios pensamentos, os localiza em sua mente
e os  seleciona para servir-se dos melhores; e quando
sabe que pode criar pensamentos próprios em vez de
usar os alheios, e exercita sua faculdade de pensar, já
está de posse de uma chave para dominar seu campo
mental e estabelecer suas defesas mentais.

Mas ainda deverá conhecer a fundo suas deficiências psicológicas
e lutar contra elas, a fim de vencê-las e eliminá-las, para
 A-63=não oferecer pontos vulneráveis em sua pessoa física,moral e espiritual.
Pode-se pensar que o domínio de uma ciência,
profissão ou arte seja suficiente para resguardar-
se de todas as contingências adversas da vida, porque
haverá sempre um recurso à mão para a própria de-
fesa. Contudo, não se pode dizer que isso baste.

Provam-no com farta eloqüência os reiterados fracas-
sos daqueles que, apesar de sua capacitação, não sabem
enfrentar devidamente as situações difíceis que lhes são
criadas. É que, além dos conhecimentos comuns, faz-se
necessário equipar a mente com certos recursos de
efeitos positivos e instantâneos, e adestrar-se no
manejo dos mesmos.

 Essas são, precisamente, as defesas
mentais que a Logosofia ensina a criar. É uma espécie
de esgrima mental, que requer um treinamento diário
para manter a mente ágil.A experiência constitui, pois,
o meio natural onde cada um haverá de comprovar a
eficácia de nosso método neste importante aspecto de
sua aplicação


A-65=ALGO SOBRE A VERDADE E O ERRO

 Está plenamente comprovado o difícil que é
convencer, a quem  se acha identificado com
o erro, de que vive fora da realidade.Achar-se iden-
tificado com o erro é viver sob uma permanente
sugestão que a tudo deturpa ou tergiversa. Exemplo
eloqüente temos no campo político. Quantos não
se deixaram enganar pelas afirmações dos líderes
totalitários, que se proclamam paladinos da demo-
cracia, da liberdade e do direito? Nem mesmo
vendo todo o contrário as pessoas saem de seu erro,
tal é a obstinação e a invalidez mental que as domi-
nam. No campo religioso, os erros se fundamentam
numa pregação de fatos absurdos, que os adeptos
admitem sem reflexão nem julgamento.

 Grave é a cegueira do crente, cuja inteligência não pode dis-
cernir entre o verdadeiro e o falso.Conforma-se em
crer que está no certo e rechaça toda idéia emanci-
padora de sua incondicional submissão ao dogma,
porque o aterroriza o simples fato de pensar que
poderia estar equivocado.

 No social, à semelhança do político e do religioso, abraça-se com fanatismo
uma ideologia e, embora esta se estruture sobre falsi-
dades e ponha de manifesto embustes inqualificáveis,
acredita-se docilmente que ali está a verdade, caindo
sob o feitiço sedutor de suas promessas, como o pás-
saro na armadilha


A-66=A evolução consciente permite ao homem
defender-se do engano onde quer que este o
espreite, porque fundamenta sua defesa no conheci-
mento das causas que o engendram. Assim, por
exemplo, sabe que é impostura o que não concorda
com a realidade e o que se esquiva à verificação indi-
vidual, à qual todo ser tem direito.

As verdades, quando o são, não se ocultam nem se impõem; revelam-se à luz
da razão, com o objetivo de que o homem tome cons-
ciência delas e as use para emancipar-se da ignorância.
O que se pretende impor como verdade só tem um
fim: escravizar o ente humano, para convertê-lo em
instrumento passivo daqueles que exploram sua
credulidade.

A sabedoria logosófica permite optar entre viver
no erro, que escraviza, ou na verdade, que faz o
homem livre e forte, como seu destino requer.


 A-67=A LOGOSOFIA ILUMINA O CAMPO DA
PSICOLOGIA



INOPERÂNCIA DOS MÉTODOS ADOTADOS
PELA PSICOLOGIA NO MEIO UNIVERSITÁRIO
Antes de determinar as vantagens que o univer-
sitário obtém ao dedicar-se ao estudo e prática
dos conhecimentos logosóficos, é de todo impres-
cindível assinalar algumas observações importantes em
torno do ensino comum da Psicologia.
Deixando de lado os equívocos e contradições
que se percebem nos textos, ressaltaremos as
obrigações que o estudante assume para satisfazer as
exigências da cátedra.Vê-se obrigado a sobrecarregar
sua mente com a menção exata de todas as hipóteses
e teorias neles estabelecidas.

Apesar das visíveis falhas
conceituais vertidas nos mesmos, observam-se em
mais de um desses livros, não obstante, sedimentos de
erudição psicológica; mas essa erudição – convém
deixar claro – é incompatível com o conhecimento
real e positivo que cada ser humano deve ter de sua
própria psique.

Já pudemos ver muitos estudantes
acreditarem que dominam a psicologia por saberem
citar corretamente o que disseram célebres autores
sobre o tema, e embaralharem termos ostentosos,
como se tudo isso não fosse mais que elucidar assun-
tos concernentes ao semelhante, com exclusão
absoluta da própria sorte.

A-68=RESULTADOS PRÁTICOS E CONVINCENTES
QUE O UNIVERSITÁRIO OBTÉM DA
LOGOSOFIA

Passemos agora a considerar quanto muda a
posição do estudante universitário, tão logo ele se
dispõe a adotar nosso método. Nem bem começa a
penetrar nos arcanos da ciência logosófica, percebe a
diferença que existe entre a psicologia corrente, sem
conteúdos concretos, e a concepção logosófica, que
leva o ser à compreensão cabal dos intrincados temas
psicológicos, sobretudo quando o indivíduo deve
responder às exigências de suas próprias necessidades
internas.
A Logosofia o conduz a investigar e analisar den-
tro de si a estruturação psicológica de seu
próprio ser. É como se lhe fossem abertas as portas de
seu mundo interno, até esse momento desconhecido,
apesar de tudo quanto acreditou saber a respeito.

 A verdade que vai sabendo sobre si mesmo agora o atrai
mais do que a que acreditou saber sobre os demais.
Compreende e, por conseguinte, admite o erro em que
incorreram os psicólogos, ao conduzirem a investi-
gação fora de si mesmos, sem o menor ponto de apoio
em suas próprias vivências internas e conscientes. A
esse primeiro resultado se vão somando outros, em
séries progressivas.

Com a iniciação do processo de
evolução consciente, o universitário percebe o influxo
de uma nova corrente energética, proveniente dessa
realidade que internamente se pôs em movimento.
Dissemos, com toda a propriedade, que se pôs em
movimento dentro dele uma realidade que havia
permanecido estática, e com isso a vida adquire outro
 A-69=sentido, porque outros são seus incentivos. Com efeito,
quando o universitário se dá conta de que possui um sis-
tema mental, um sistema sensível e outro instintivo, seu
interesse desperta, aumentando de grau tão logo com-
prova que os pensamentos são entidades autônomas que
atuam, em geral, independentemente da vontade do
indivíduo e gravitam sobre ele de forma muitas vezes
despótica.

Mas esse interesse se converte em emoção e
assombro ao tomar conhecimento da realidade de sua
consciência e compreender a importância capital do
processo de evolução consciente que nossa ciência pre-
coniza e ensina.Aqui se verifica uma segunda mudança,
ou seja, outro resultado positivo através do ensinamento
logosófico.

O jovem comprova, com absoluta certeza,
que tudo o que lhe foi e é ensinado nas esferas educa-
cionais constitui mera ilustração intelectual sobre teorias
e opiniões expostas através de diversas épocas, que nada
têm a ver com o verdadeiro conhecimento da psicolo-
gia que cada um pode descobrir dentro de si, tão logo se
proponha esse imponderável objetivo.
 
Chegando a essa conclusão, o estudante respeitará
a palavra de seus professores quando lhe falarem
de psicologia, e não discutirá com eles, porque sabe que
são duas concepções totalmente diferentes, que não
guardam entre si relação alguma. Sua atitude, daí em
diante, será de prudência. Já  sabe a que se ater a respeito
do conhecido, tendo em conta o vital pronunciamento
da Logosofia.

Desnecessário é dizer que todos aqueles
que experimentam estas verdades jamais lhes voltam as
costas; ao contrário, continuam sua evolução consciente
com renovado entusiasmo. Sabem que, quando falam
de psicologia, o fazem munidos do conhecimento cabal
da psicologia própria, que é por onde deveriam
começar aqueles que professam a matéria.

 A-71=A LOGOSOFIA TRANSFORMA
E ENRIQUECE A VIDA


 CÂMBIOS NO PENSAR E NO SENTIR
Ao dizermos que o estudo da Logosofia difere
de todos os demais, fundamentamos nossa afir-
mação no fato de que o logosófico é um estudo
eminentemente formativo e base de uma nova cultura:
ativa, construtiva, reformadora; eis aí suas grandes vir-
tudes pedagógicas. Quem aprende Logosofia sabe que
não deve especular nem fazer uso externo da mesma,
como ocorre com a ilustração e cultura correntes. E o
sabe porque, desde o primeiro até o último dos seus
ensinamentos, ela está impregnada desse conhecimen-
to básico.

Tendo isso presente, logo se verá e
comprovará que, na configuração psicológica e mental
de quem cultiva a Logosofia, se vão operando câmbios
de extraordinária importância. Em primeiro lugar,
aprende a usar conscientemente sua faculdade de pen-
sar.Quando dizemos “conscientemente”, referimo-nos
ao instante em que o indivíduo se dispõe a usar essa
faculdade, a de pensar, para um fim determinado, o que
ele faz com pleno domínio de sua vontade.
 Exemplo:
Proponho-me criar um pensamento ou uma idéia.
Este propósito constitui o “leitmotiv” de minha von-
tade até alcançar sua culminação. Quero que sua
composição mental seja de índole construtiva. Em
função do objetivo que me incitou a criá-lo – melho-
rar minha situação econômica, por exemplo –, passo
então em revista os recursos que possuo para elaborar
A-72=a imagem mental do mesmo, cujos atributos haverão
de ser os de realizável, proveitoso e lícito.

Alguns dos elementos que haverão de integrar sua composição
mental podem já estar em mim, outros terei de buscar
e mesmo criar. Para isso, e sempre atento ao propósito
que me moveu a dar vida a esse pensamento, cuja raiz
nesse caso foi uma  necessidade material, recorro à
minha vontade, a fim de que ela me dispense, com a
devida solicitude, estes três fatores volitivos que devem,
sem falta, reger e promover todas as criações da
inteligência: esforço, empenho e constância.

 Posto já em marcha o pensamento dentro do recipiente mental
do propósito onde ele haverá de se desenvolver, vou
reunindo os elementos afins com o mesmo, que extraio
de outros pensamentos ou idéias existentes em minha
mente, os quais vão se fazendo presentes ante minha
percepção interna, atraídos pela função de pensar. Se
tudo isso ainda não for suficiente, quer dizer, se minha
razão ainda não achar realizável o cultivo que dará
forma à minha célula mental, buscarei novos elemen-
tos constitutivos, seja na experiência ou no conselho
alheios, seja no estudo, na observação, na própria
reflexão, etc., até que a composição do pensamento
finalmente me satisfaça. Resta-me agora pô-lo em
marcha, isto é, fazê-lo cumprir na vida real o objetivo
que me impulsionou a criá-lo.

Apresentamos essa imagem por ser, talvez, a mais
acessível ao entendimento.Traslademo-la, agora,
ao campo da realização logosófica, se é que nos propo-
mos orientar nossa vida em tal sentido, e vejamos
como ali corresponde conduzir-se:
Para tal fim, começo a busca e seleção dos elemen-
tos destinados a integrar a célula mental que quero criar.
Suponhamos que esta tenha ficado assim constituída:

 A-73= a) estudo e compreensão dos ensinamentos logosó-
ficos e sua aplicação ao conhecimento de mim mesmo.

b) análise e estudo da obra logosófica e sua reper-
cussão em mim, como partícula viva e integrante
da mesma.
Munido desses elementos, mobilizo todos os meus
recursos internos, como no caso anterior, mas eis que,
aqui, a Logosofia me indica exercer uma severa vigilân-
cia e controle sobre minha mente, se aspiro a cumprir
a finalidade que persigo. Seguindo, pois, seus preceitos,
devo estabelecer nela outro pensamento: um pensa-
mento capaz de resguardar a realização de meu
objetivo, que é, numa palavra, evoluir conscientemente.

Trata-se do pensamento-autoridade, considerado pela
Logosofia representante direto da consciência. Esse
pensamento será o encarregado de proteger meus pas-
sos daí em diante, chamando-me à realidade toda vez
que me desvie ou corra esse perigo.

Dessa maneira,evitarei qualquer interrupção promovida pelo desalen-
to ou pelo fastio, ou por alguma outra intromissão
alheia ao motivo que me guia, porque me asseguro da
excelência dos resultados que busco, já que, enriqueci-
do constantemente com os elementos vivos que minha
inteligência e sensibilidade extraem da realização a que
sou levado por meu propósito, percebo como isso gera
vínculos constantes, que a cada dia me unem mais grata
e firmemente com o ensinamento que nutre meu
espírito e minha vida, com a obra de reforma humana
da qual sou parte e testemunho, e com o autor que a
dirige, alenta e esclarece.

Cabe-nos ainda adicionar que os câmbios que se
verificam no sentir, através do processo de
evolução consciente, ampliam a dimensões superlativas
a extensão dos campos mental e sensível, ao se incor-
A-74=porarem a eles sentimentos de maior hierarquia. A
faculdade de sentir
desempenha nisso um papel fun-
damental, porque, ao experimentar o ser as sensações
que nele se produzem em virtude dos câmbios que vai
conseguindo, seus sentimentos se enobrecem.

Finalmente, os câmbios no pensar e no sentir
elevam as miras e introduzem na vida uma va-
riante de ação enaltecedora sobre a conduta e o caráter.
Uma prova disso nos é dada pelo novo conceito que
o ser inspira em seus semelhantes, nos quais gradual-
mente desperta – ao mostrar-lhes seu saber com
simplicidade e segurança – o afã de se superarem.
Mais notável ainda é a comprovação que cada
um faz dessa mesma realidade.

Deixou-se para trás uma vida escravizadora, limitada e externa,
aparentemente impossível de substituir, para renascer
em outra, plena de conteúdos essenciais e de dimen-
sões infinitamente superiores. Já  não se pensa
egoisticamente em satisfazer gostos, desejos e paixões
pessoais, que nunca se saciam.

 Elevada a vida a outro nível, a própria evolução faz o homem experimentar as
mais sublimes sensações de prazer, quando une a seu
labor de aperfeiçoamento interno a nobre tarefa de
compartilhar com seus semelhantes idênticas preocu-
pações. Se em tais circunstâncias oferece e torna efetiva
sua ajuda psicológica e espiritual ao amigo com quem
convive, em boa hora o faz; e se é o próprio ser quem
recebe essa ajuda do semelhante, bem-vinda seja.


Para continuar o curso,siga as paginas seguintes
Para o seu maior aproveitamento,sugiro que
estude uma pagina por vez,ou até menos,já que é muito
importante que voce se auto avalie sempre que terminar
o conteúdo de cada pagina,ou onde voce achar por bem
que deve dar um tempo para que isso aconteça,

OBSERVAÇÃO

Se este curso está valendo pra voce,continue
estudando.Acredito que quando completar a
sua iniciação,já estará bem melhor de
quando entrou aqui,assim como eu depois
que completei a minha.Creia-me,aprendi a relacionar-me
melhor comigo mesmo e com tudo o universo.
Este curso é uma luz na escuridão do saber de quem 
somos nós,o universo,e com certeza uma luz no caminho
nos conduzindo a atingir pontos cada vez mais alto
e iluminado em nossa vida.

Peço que deixe aqui o seu comentário,que me incentivara
a continuar compartilhando gratuitamente o que vou
aprendendo ao longo de meu caminho.
Para este curso,sejam dados os creditos ao autor do mesmo
((Carlos Bernado González Pecotche)



SEGUIR AS PÁGINAS
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Assumption Salve Regina

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